Espaço criado para ampliação e somatório dos conhecimentos da disciplina Didática, da Faculdade de Teologia Wittenberg.
sábado, 10 de abril de 2010
Grandes Educadores - Pestalozzi
Pestalozzi - O teórico que incorporou o afeto à sala de aula
Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança
para a mentalidade contemporâna, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papael central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746 - 1827).
Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século XIX para o XX, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral, isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.
Inspiração na natureza
A vida e obra de Pestalozzi estão intimamente ligadas à religião. Cristão devoto e seguidor do protestantismo, ele se preparou para o sacerdócio, mas abandonou a ideia em favor da necessidade de viver junto da natureza e de experimentar suas ideias a respeito da educação. Seu pensamento permaneceu impregnado da crença na manifestação da divindade no ser humano e na caridade, que ele praticopu principalmente em favor dos pobres.
A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora, ideia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza em que o método pedagógico deveria se inspirar.
Bondade potencial
Tanto a tarefa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.
"A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.
Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a ideia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecimento para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
Próximo post de "Grandes Pensadores": Pestalozzi (Parte II)
Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança
para a mentalidade contemporâna, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papael central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746 - 1827).
Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século XIX para o XX, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral, isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.
Inspiração na natureza
A vida e obra de Pestalozzi estão intimamente ligadas à religião. Cristão devoto e seguidor do protestantismo, ele se preparou para o sacerdócio, mas abandonou a ideia em favor da necessidade de viver junto da natureza e de experimentar suas ideias a respeito da educação. Seu pensamento permaneceu impregnado da crença na manifestação da divindade no ser humano e na caridade, que ele praticopu principalmente em favor dos pobres.
A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora, ideia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza em que o método pedagógico deveria se inspirar.
Bondade potencial
Tanto a tarefa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.
"A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.
Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a ideia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecimento para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
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Se tiver dúvida, diga: "não sei."
À medida que as crianças crescem, suas perguntas ficam cada vez mais interessantes:
"A que distância do teto a mosca se vira para pousar nele?"
"Quantos anos Deus tem?"
"Que há do outro lado do ceu?"
Quando você tornar-se professor, é bom ir se acostumando com o fato de que vai ouvir perguntas a que não poderá responder. Uma criança certa vez perguntou à sua professora por que Deus colocou o nariz - uma coisa comprida, e que às vezes escorre - de cabeça para baixo e logo acima da boca. Há coisas para as quais não temos mesmo nenhuma resposta adequada.
Nessas horas, o melhor a fazer é ser sincero, e dizer: "Não sei."
Admitir que não sabemos tudo pode ser intelectualmente humilhante, mas é um presente muito legal para seus alunos.
Quando dizemos "Não sei", estamos criando uma atmosfera de liberdade. Como os alunos compreendem que não são obrigados a saber tudo, sentem liberdade de perguntar o que quiserem, uma vez que você já os livrou do peso de aparentar que sabem tudo. Eles vão reconhecer também que não saber tudo faz parte da vida.
Além disso, eles serão forçados a pensar por si próprios e vão sair da sua classe com uma fé pessoal. Será que não foi por isso que Jesus, em tantas ocasiões, respondeu a uma pergunta fazendo outra?
Próximo post de "Dicas": Tente algo exagerado
"A que distância do teto a mosca se vira para pousar nele?"
"Quantos anos Deus tem?"
"Que há do outro lado do ceu?"
Quando você tornar-se professor, é bom ir se acostumando com o fato de que vai ouvir perguntas a que não poderá responder. Uma criança certa vez perguntou à sua professora por que Deus colocou o nariz - uma coisa comprida, e que às vezes escorre - de cabeça para baixo e logo acima da boca. Há coisas para as quais não temos mesmo nenhuma resposta adequada.
Nessas horas, o melhor a fazer é ser sincero, e dizer: "Não sei."
Admitir que não sabemos tudo pode ser intelectualmente humilhante, mas é um presente muito legal para seus alunos.
Quando dizemos "Não sei", estamos criando uma atmosfera de liberdade. Como os alunos compreendem que não são obrigados a saber tudo, sentem liberdade de perguntar o que quiserem, uma vez que você já os livrou do peso de aparentar que sabem tudo. Eles vão reconhecer também que não saber tudo faz parte da vida.
Além disso, eles serão forçados a pensar por si próprios e vão sair da sua classe com uma fé pessoal. Será que não foi por isso que Jesus, em tantas ocasiões, respondeu a uma pergunta fazendo outra?
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Dicas Didáticas e Dinâmicas - Ideias para captações e introduções
Os primeiros minutos de aula são os mais importantes. Por isso têm de ser bem planejados para estabelecer o tom da lição. Muitos professores desperdiçam esses momentos preciosos "enchendo linguiça", quando poderiam estar "enchendo corações". Uma boa captação inclui muitos, se não todos, os seguintes elementos:
1) Desperta interesse;
2) Mostra uma necessidade;
3) Estabelece o "tom" da lição;
4) Orienta o tópico ou texto;
5) Constroi uma ponte entre o texto e o aluno.
1) Desperta interesse;
2) Mostra uma necessidade;
3) Estabelece o "tom" da lição;
4) Orienta o tópico ou texto;
5) Constroi uma ponte entre o texto e o aluno.
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Os 4 Estilos de Aprendizagem - Aprendiz Pragmático
Aprendizes pragmáticos gostam de brincar com ideias para ver se elas são racionais e funcionais. Estes alunos testam a teoria no mundo real para aplicar o que aprenderam. Eles amam ver o trabalho realizado. São pessoas que põem mãos à obra. Usando suas próprias ideias, podem analisar problemas e esclarecê-los ou solucioná-los. Alunos pragmáticos, como o nome já diz, sobressaem quando lidam com o que é prático e de importância imediata para eles. Aprendem melhor quando aprender é combinado com fazer. Concordariam que Jesus "não foi um milagre sem suor, mas um salvador que trabalhou duro." Até perto do fim do século XVI, "fé" era uma palavra que, em inglês, designava ação. Para o aprendiz pragmático, ainda é.
Próximo post de "Os 4 Estilos de Aprendizagem": Aprendiz Dinâmico
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