sexta-feira, 27 de março de 2009

Dê ação à sua turma

Quando penso nos vinte anos em que frequentei escola dominical, um fato se destaca: não consigo me lembrar de uma palestra sequer. Mas me lembro muito bem do dia em que ficamos quase congelados, ao sairmos à rua para aprendermos a ter compaixão dos desabrigados. Também me recordo da ocasião em que nossa classe se reuniu num sopão da cidade, e dos debates sobre a evolução e a criação. Outra coisa de que me recordo foi de quando estudamos o livro de Jonas dramatizando-o, e da sessão de perguntas e respostas sobre sexo, com um casal recém-casado que se sentia meio acanhado. Também me lembro de como minha fé foi provada na primeira vez em que dei uma aula.

Muitas aulas de escola dominical não funcionam porque passamos diretamente da escolha do assunto à apresentação da aula. Assim uma aula que poderia ser uma experiência de aprendizagem criativa, diversificada, cheia de ação, torna-se um monólogo entediante.

Pense como foi seu próprio desenvolvimento na fé. De que tipos de lições você se lembra? Quais as aulas que causaram mais impacto em sua vida? A maioria se recorda daquelas que exigiram nossa participação, onde tivemos de fazer alguma coisa.

Você pode adicionar ação à sua aula simplesmente diversificando sua maneira de comunicar. As lições ilustradas com objetos, situações simuladas, dramatizações, excursões, discussões, entrevistas, mesas redondas, debates, cadernos de atividades e jogos educativos interessam à turma e ampliam o volume de conteúdo retido.

Além disso estaremos fazendo como Jesus. Se ele tivesse instruído seus discípulos da maneira como ensinamos as classes da escola dominical, ele os teria levado para dentro de uma sala, sentando-os em filas de cadeiras, colocando ali um flanelógrafo e dando uma hora de aula. Em vez disso, ele optou por ação. Saiu a campo. Esse é um modelo que vale a pena seguir.

Na próxima semana: Bons relacionamentos na turma.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Educando com os olhos: os escultores da emoção

Guardem esta frase: “A sala de aula não é um exército de pessoas caladas nem um teatro onde o professor é o único ator e os alunos, espectadores passivos. Todos são atores da educação. A educação deve ser participativa”.

Em minha opinião, um quinto do tempo escolar deveria ser gasto com os alunos dando aulas na frente da classe. Os professores relaxariam nesse período, e os alunos se comprometeriam com a educação, desenvolveriam capacidade crítica, raciocínio esquemático, superariam a fobia social.

Peço aos mestres para darem especial atenção aos alunos tímidos. Eles têm diversos graus de fobia social, de expressar suas idéias em público. Estamos fabricando uma massa de jovens tímidos. Os tímidos falam pouco, mas pensam muito e, às vezes, se atormentam com seus pensamentos. Já disse, os tímidos costumam ser ótimos para os outros, mas péssimos para si mesmos. São éticos e preocupados com a sociedade, mas não cuidam da sua qualidade de vida.

Os educadores são escultores da emoção. Eduquem olhando nos olhos, eduquem com gestos: eles falam tanto quanto as palavras. Sentar em forma de ferradura ou em círculo aquieta o pensamento, melhora a concentração, diminui a ansiedade dos alunos. O clima da classe fica agradável e a interação social dá um grande salto.